Ictiose
Ictiose é uma doença proveniente de uma alteração genética decorrente de um gene autossômico dominante,de um gene recessivo ligado ao cromossomo X ou então de um gene autossômico recessivo. O grau de gravidade da ictiose vai depender de que tipo de mutação genética que ocorreu no organismo do indivíduo afetado.
Principais características da ictiose
A ictiose é uma palavra de origem grega (Icthys) cujo significado é peixe, que na realidade é uma alusão ao aspecto da derme do portador que se assemelha a escamas, devido as separações formadas pelas fissuras que se espalham por várias partes de seu corpo. A cicatrização da pele do portador de ictiose costuma ser mais rápida em relação aos indivíduos que não apresentam a doença em virtude do doente apresentar uma reprodução cutânea maior.
Com origem de mutação genética normalmente apresenta o fator da hereditariedade com exceção de raras ocorrências onde aparece de forma espontânea em uma geração. A pele do ser humano é constante mente renovada e é formada por células que são unidas através de uma substância chamada matriz extra-celular. Com o passar do tempo essas células envelhecem ocorrendo um processo de descamação de maneira organizada e não visível a olho nu em pessoas sem ictiose.
No caso dos indivíduos portadores de ictiose essa descamação natural sofre um alteração com o envelhecimento e morte de várias células ao mesmo tempo que ficam retidas na camada córnea (Originada da epiderme e composta por um excesso de queratina) em formato de escamas e endurecimento cutâneo que caracteriza ao quadro clínico de hiperqueratose.
Classificação da ictiose
De acordo com a alteração que o gene sofreu a ictiose pode ser classificada em: Ictiose Vulgar- Quando o gene é autossômico dominante e se caracteriza por ser a forma mais branda da doença, surgindo em geral nos indivíduos aos três anos de idade.
Ictiose Ligada ao cromossoma X- Como o nome já diz é aquela onde há alteração no cromossoma X e se caracteriza por não provocar descamação na epiderme, somente nos pés, pernas e abdômen.
Hiperqueratose Epidermolítica- Ocorre alterações cutâneas desde o nascimento da criança com acentuada hiperqueratose com várias regiões do corpo que ficam doloridas e sensíveis. Esse tipo é resultante de um gene autossômico dominante somente de um dos pais.
Ictiose lamelar- Considerada a forma mais grave da doença ocorre com o gene autossômico recessivo e se caracteriza por uma hiperqueratose intensa com grossas camadas cutâneas no individuo desde seu nascimento. Depois que nasce a criança com esse tipo de ictiose apresenta uma pele avermelhada resultante de escamas com bordas soltas que se destacaram após o nascimento.
Tratamento da ictiose
Os especialistas enfatizam que até o presente momento ainda não há uma cura definitiva para a ictiose. Existem apenas tratamentos paliativos feitos a base de cosméticos para melhorar a estética e cremes de hidratação reduzindo desse modo um pouco os sintomas da doença.
A ictiose com frequência causa em seu portador problemas emocionais em virtude do padrão estético que a sociedade adota como normal dificultando o desenvolvimento profissional, social e até mesmo afetivo na maioria desses pacientes. Desse modo o acompanhamento psicológico é de vital importância para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.
Por Salete Dias