Mesmo que muitos distúrbios psicológicos ainda estejam sem tratamento definitivo, a ciência continua avançando a largos passos na busca pela compreensão e tratamento de certas doenças. No mês de maio, por exemplo, iniciaram-se pesquisas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, onde estão investigando a influência da hereditariedade bem como novos métodos de tratamento para o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Entretanto, não se trata de uma pesquisa curta, que irá terminar logo: quem desejar participar será acompanhado por médicos, especialistas e estudante por um ano, a fim de averiguar a eficácia de dois tipos de tratamento: por medicações e por terapia cognitiva-comportamental. Esse estudo está recebendo voluntários jovens, na idade entre 6 e 17 anos, que apresentem algum tipo de pensamento ou comportamento repetitivo, característica do TOC.
Outro estudo desenvolvido em paralelo avalia a possibilidade de hereditariedade no TOC, isto é, as chances de um indivíduo que apresente o problema ter filhos também com essa característica. Para tal pesquisa, pais que já foram diagnosticados com TOC, ansiedade, pânico e fobia social e que tenha crianças de 3 a 17 anos podem participar.
Para aqueles que talvez não conheçam a doença, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) trata-se de um transtorno de ansiedade cuja principal característica é a existência de pensamentos ou comportamentos obsessivos e compulsivos, manifestando assim comportamentos que, para a sociedade ou mesmo para a própria pessoa, possam parecer estranhos. Tais comportamentos podem ser traduzidos como manias, ideias exageradas e consequentemente irracionais sobre higiene, simetria, saúde, perfeição ou organização. Tais comportamentos são reproduzidos quase sem nenhum controle do paciente.