Portadores de Asperger são acometidos por um problema também conhecido como síndrome do gênio: um distúrbio genético que pode levar à criança a desenvolver um interesse acima do comum por um assunto específico (daí confundir-se a predisposição da criança com uma “genialidade”) em detrimento de outras habilidades, como a convivência social e a facilidade de compreender certas possíveis interpretações coloquiais na comunicação.
Genialidade em certos assuntos
Crianças com a síndrome do gênio podem desenvolver-se muito acima do comum quanto a certos assuntos, como resolução de problemas matemáticos, montagem de quebra-cabeças ou memorização de um determinado tipo de informação.
Apesar de toda essa capacidade, que poderia equipará-las a gênios, elas possuem grandes dificuldades de socializarem-se corretamente com outras pessoas, o que dificulta e muito o seu envolvimento social e, consequentemente, sua ascenção profissional ou em qualquer outra área que necessite de uma convivência harmoniosa com outras pessoas.
A inteligência e dificuldades no âmbito social
Lembro-me de ter visto há algum tempo atrás uma reportagem na televisão a falar sobre pessoas com altas capacidades intelectuais e seus problemas de convívio social com outros, o que me leva a crer que não é muita novidade tal dificuldade, a não ser pelo fato de que no caso de pessoas super dotadas ser considerado somente comum (mas não uma regra) o fato de possuírem dificuldades quanto às convenções sociais.
Na verdade, alguns dos maiores gênios da humanidade, como Albert Einstein e Isaac Newton, podem ter sido autistas, isto é, apresentavam problemas na capacidade de comunicação, socialização e de comportamento.
É interessante observar que apesar dessa dificuldade inicial nos relacionamentos uma pessoa portadora de Asperger pode conviver muito bem com outras pessoas, principalmente se familiares e educadores ensinarem-na como melhor compreender as possíveis conotações da linguagem bem como as convenções sociais que deve seguir.
Atenção e respeito – o melhor remédio
Em matéria do site Opinião e Notícia, li a respeito da importância do tratamento multidisciplinar de pessoas com a síndrome do gênio, isto é, o envolvimento de diversos tipos de profissionais a fim de melhor acompanhar todo o quadro de desenvolvimento humano do mesmo a fim melhor planejar como deve ser desenvolvida a sua educação e acompanhamento psicológico.
Entretanto, acredito que o melhor “remédio” para tais crianças talvez seja a atenção e o respeito. Apesar de terem um problema para convívio social, suas habilidades desenvolvidas e focadas podem ajudar a construir uma sociedade ainda melhor – mesmo que este não lhes pareça ser o seu foco. Pense bem: o que seria do mundo, sem a genialidade de Einstein ou de Newton?
Sendo assim, é importante, sim, reconhecer que há um problema e ajudar a criança a conviver melhor com isso e com os outros, mas deve-se também “ceder-lhe espaço” para que ela seja ela mesma e, assim, feliz consigo própria.